Estrela V838 Monocerotis


V838 Monocerotis é uma estrela hipergigante vermelha, localizada na constelação de Monoceros, com uma magnitude aparente de +15,74. É uma estrela variável, a uma distância de aproximadamente 20 000 anos-luz do Sol (6 kpc). A estrela exibiu uma grande erupção em 2002, quando apresentou um dos maiores brilhos dentre as estrelas da Via Láctea, equivalente a um milhão de vezes o brilho do Sol. A erupção levou a sua descoberta, e desde então tem sido observada e estudada.

Originalmente tida como uma típica nova, apresentou diversas características peculiares, cuja origem ainda se desconhece. Dentre estas características, um eco de luz foi observado, evoluindo rapidamente ao longo de poucos anos. Dentre as teorias propostas para explicar o súbito aumento de brilho da estrela incluem-se a fusão de duas estrelas ou a captura de planetas gigantes.
Em 6 de janeiro de 2002, uma estrela até esse momento desconhecida outorgou mais brilho à constelação de Monoceros, o Unicórnio. Por tratar-se de uma nova estrela variável, foi designada com o nome de V838 Monocerotis, a 838.ª estrela variável de Monoceros. Inicialmente, a curva de luz assemelhava a de uma nova, ou seja, uma erupção que ocorre quando se acumulou suficiente hidrogênio na superfície de uma anã branca pertencente a uma estrela binária próxima. Como consequência, também foi designada Nova Monocerotis 2002. V838 Monocerotis alcançou a sua magnitude visual máxima (6,75) em 6 de fevereiro de 2002, após o qual o seu brilho começou a diminuir depressa, como era de se esperar. Porém, em princípios de março a luminosidade da estrela voltou a crescer, desta vez em ondas infravermelhas. Um novo episódio de brilho infravermelho aconteceu no início de abril, depois do qual a estrela regressou para a sua luminosidade prévia à erupção, que alcançou uma magnitude de 15,6. A curva de luz produzida pela última erupção foi algo nunca visto antes.



 O tamanho de V838 Monocerotis em comparação como o Sistema Solar.
O brilho da estrela alcançou um brilho equivalente a um milhão de vezes o brilho do Sol; isto fez com que naquele momento V838 Monocerotis fosse uma das estrelas mais brilhantes da Via Látea. A causa da sua maior luminosidade foi a veloz expansão das camadas externas da estrela. A mesma foi observada na equipa de interferometria do Observatório Palomar, que assinalou um raio de 1.570 ± 400 vezes o do Sol (similar ao raio da órbita de Júpiter) e confirmou os primeiros cálculos indiretos.

A partir da distância aceita atualmente de 6 100 parsecs, o diâmetro angular medido corresponde a um raio de 1200 ± 150 raios solares. A expansão aconteceu em poucos meses, ou seja, a taxa de expansão foi sumamente elevada. As leis da termodinâmica indicam que os gases em expansão se esfriam; portanto, a estrela sofreu um grande arrefecimento e adquiriu uma cor vermelha obscura. De fato, alguns astrônomos argumentam que os espectros da estrela semelhavam aos das anãs marrons classe L. No caso de isto ser correto, V838 Monocerotis seria a primeira supergigante classe L conhecida.